Sunday, September 10, 2006


Você estava ali o tempo todo... Na hora em que sai do banho enrolada na tua toalha branca e olhando pela tua janela...tentando me enxergar na tua paisagem, no teu horizonte...pensando se na próxima semana estaria ali naquele mesmo lugar...rindo ou chorando...e sem dar a mínima para o presente ... agora? Eu olho para você,lindo como sempre ...cabelos escuros...mas o sol pincela alguns fios tornando-os mais claros, o mesmo acontece com teus olhos...teu corpo...teus gestos...são cheios de significados para mim...mas não consigo me concentrar, eu acho que tudo o que quero te dizer, não existe. Tudo passa na minha cabeça, lá sim, existe.
Vestígios da noite passada me prendem e cercam o apatamento e eu. Somos só nós dois aqui. Eu e o apartamento. Você é um artista sem alma que abandonou a obra pela metade.Eu sou um borrão,um erro deixado de lado.

Vejo as nossas roupas, uma garrafa vazia no chão e o que sobrou dela no cálice - testemunha do teu gozo, dos beijos, mãos e meu medo .Meus olhos molhados e a chuva forte,me deixam ver apenas figuras distorcidas . Quero me espatifar lá embaixo,torna-me figura distorcida e que todo o vermelho em volta de mim, pudesse explicar o quê você ainda desconheçe. Besteira! Não em jogaria,hoje não.


A tua indiferença, andando sem parar, procurando algo que não era eu, não era o meu corpo. Eu era apenas mais um objeto no teu quarto - Me sinto em mil pedaços que não sangram mais -Partida neste quarto. O grito que quero dar já não tem importância. Me escondo na luz. E de repente, te escuto dizer:

_ Você viu minhas chaves?
_ Hã? Não. Não vi.
_ O que foi?
_ Nada.
M.